Gémeos Divinos são comuns em mitologias pagãs, pelo que os lusitanos não podiam não ter estes Deuses representativos da dualidade divina. No entanto, pouco temos a certeza para além de que estes Deuses seriam um par, devido a serem venerados em conjunto e terem semelhanças de nome. Aliás, nem sabemos se seriam Deuses irmãos, consortes, ou um Deus com dois géneros, pelo que a sua relação fica à interpretação pessoal. A interpretação neo-pagã mais popular é serem um casal de duas divindades diferentes.
O seu nome terá origem no latim para "árido", ou no indo-europeu para "correr". Por isto, podemos assumir que estes Deuses representariam a areia e a terra, bem como movimento e rapidez. Devido à ligação espiritual forte dos lusitanos à àgua, podemos também teorizar que estes Deuses teriam a dualidade de terra/água, ao contrário de pares-divinos de outras mitologias que têm a dualidade sol/lua. No entanto, o elemento solar não é completamente perdido nestes Deuses, associados à aridez e colheitas da época quente. Quanto ao movimento e rapidez, julga-se ser em referência às estratégias de guerra dos lusitanos, colocando estes Deuses na posição de Deuses de táticas de guerra.
Têm semelhanças a Lugh e a Apolo, da mitologia celta e grega respetivamente, também Deuses associados ao sol, prosperidade e táticas de guerra rápidas, sendo Apolo parte de um par-divino grego em conjunto com Ártemis.
Existem vários vestígios destes Deuses, tanto conjuntos, como separados. Dois altares que os veneram em conjunto existem em Portugal, na região de Castelo Branco, e outros dois na Espanha, em Coria. Temos ainda dois altares dedicados apenas a Arentio em Idanha-Nova e outro em Moraleja. Dedicados a Arentia, temos apenas um, no Sabugal. No geral, encontramos mais a presença destes Deuses na Beira Interior.
Para veneração moderna, podemos considerar venerar Arentio e Arentia sempre em conjunto ou escolher o género com o qual nos sentimos mais confortáveis. Podemos ainda ver este par-divino como representação da terra e da água, velocidade, prosperidade e estratégia. É então apropriado serem venerados durante o verão, em início de agosto, quando acontecem as colheitas, à beira de um corpo de água ou, aplicando tradições modernas do verão, na praia, visto que é um local onde areia e água se juntam, representando a junção destes Deuses.
Símbolos propostos para representar estes Deuses são o pato e a lontra, no que toca a animais, devido a serem semiaquáticos, velozes e representarem prosperidade. Quanto a plantas, assumimos apenas por associação a Lugh que trigo e milho podem ser utilizados, bem como um cesto cheio de frutos. Possíveis cores são o azul, amarelo, castanho e verde. No que toca a astrologia, temos os signos duplos Gémeos e Peixes, e quanto a numerologia, os números 7 e 2.
Ofertas a Arentio e Arentia podem ser: figuras de gémeos ou de um Deus e Deusa juntos, figuras de patos ou lontras, pratos com carne de pato, colheitas de trigo, pão, areia e/ou água da praia e fazer desportos aquáticos.
Referências:
https://omoledro.wordpress.com/deuses-ibericos/
https://www.atdlusitana.org/panteao-celtico-lusitano
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